café obriga consumidores da região a ajustarem hábitos de consumo para conseguir manter a bebida na cesta básica. Optar por marcas mais baratas, pesquisar em vários supermercados antes de comprar ou reduzir a frequência de consumo estão entre as artimanhas para driblar o preço amargo do produto. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano passado, o preço do café torrado e moído apresentou aumento de 39,6% no Brasil. A ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) prevê preços ainda mais altos nos próximos meses (veja reportagem nesta página). não pode faltar na despensa da trabalhadora doméstica Rosana Carolino, de 50 anos. Desde que o preço do produto começou a subir, a moradora de Sumaré se es-
O preço do café deve
Além do prêmio, a Etec
da Redação l monte mor
Produto deve chegar ao consumidor
Os cafés especiais sofre-
Brasileiro toma 1.430 xícaras de café por ano
O Brasil, que é o maior produtor e exportador do produto, é também o segundo maior consumidor mundial de café, tendo con-
sumido 21,916 milhões de sacas em 2024. A quantidade significou 4,1 milhões de sacas a menos do que Estados Unidos. Os dados do setor também informaram que o brasileiro consome, em média, 1.430 xícaras/ano de café.
é consumido pelo país que está na liderança desse ranking, os
divulgAção
fé por dia aqui no salão. Então, fui obrigada a optar por uma marca mais baratinha para reduzir custos e continuar servindo o cafezinho que as clientes gostam tanto”, justificou a cabeleireira. tratégico do consumidor para preservar a tradição de tomar café já é constatado pela APAS (Associação Paulista de Supermercados). “O café é um item essencial. E nesse sentido os consumidores têm buscado adotar diferentes estratégias, dentre elas, reduzir um pouco o consumo, visitar mais mercados em busca de promoções, justamente para ter o café em casa e, assim, não afetar o consumo”, comenta Felipe Queiroz, economista-chefe da APAS.
Queridinho dos brasileiros sofrerá mais aumentos no preço, segundo a ABIC
Além do prêmio, Etec receberá uma bonificação no valor de R$ 40 mil
PREÇO ALTO POR QUÊ?
O evento contou com
Esse comportamento es-
De acordo com o econo-
tribunal i bera l@ tribunal i bera l.com.br
Em segundo lugar, expli-
ções climáticas desfavoráveis à produção de grãos no Brasil e no Vietnã, os dois maiores produtores mundiais de café. ca Queiroz, está a valorização expressiva da commodity no mercado internacional, nos últimos 12 meses, ocasionada pelo processo de quebra de produção, e, que, segundo o economista, contribuiu para o aumento do preço do produto, inclusive no mercado doméstico. lacionado ao aspecto cambial. O Brasil é o principal produtor mundial de café, mas, também, é o principal exportador da commodity. Então, quando temos um processo que envolve redução da oferta, aumento da cotação no mercado internacional e desvalorização cambial, consequentemente, há uma preferência dos produtores a exportarem o produto, além de um ajustamento de preço no mercado doméstico, via cotação internacional. Tudo isso contribuiu para esse ciclo de alta que afeta os consumidores”, explicou o economista da APAS.
“O terceiro fator está re-
O Prêmio Jovem Cien-
mista, três fatores básicos explicam os aumentos expressivos do preço do café ao longo do último ano. O primeiro são as altera-
DOMINGO,
A disparada do preço do
Preço do café nas alturas obriga consumidor a mudar hábitos na região
Rosana Carolino: moradora de Sumaré diz que reduziu consumo de café por causa do preço alto
Uma cabeleireira de Hor-
va tomar, no mínimo, sete cafezinhos por dia. Reduzi para quatro. Prefiro fazer isso do que preparar com menos pó porque perde o sabor”, comentou. designer gráfica Gabriela Santos, de 30 anos, moradora de Paulínia, preferiu reduzir a quantidade de pó na hora de preparar a bebida. “Mantive a mesma marca, o Melitta Extraforte, e passei a colocar menos pó para fazer. Fica bem mais fraco, mas é o jeito que encontrei para continuar tomando café. Tá caríssimo”, exclama a designer. tolândia, que pediu para não ser identificada, serve café para as clientes como cortesia. Para manter a prática diante do aumento feroz do produto, ela precisou substituir a marca utilizada por outra mais barata, porém de qualidade inferior. dimento, como sexta e sábado, são consumidas cerca de cinco garrafas de caDiferente de Rosana, a “Em dias de pico de aten-
16 DE fEvErEIrO DE 2025CIdAdES 07Tribuna Liberal
Moradores de Sumaré, Paulínia e Hortolândia substituem marca e tomam a bebida com menos frequência para preservar tradição do cafezinho; produto torrado e moído subiu 39,6% no ano passado, segundo informações do IBGE
COnECTiVidAdE E inCLUSãO digiTAL
disciplina de projeto integrador das primeiras e segundas séries. Já os jovens de terceira série puderam inscrever seus trabalhos de conclusão de cursos relacionados ao assunto. a presença do vice-diretor-super intendente do Centro Paula Souza (CPS), Maycon Geres, do diretor da unidade, Marcio Adriano Bredariol, e do professor Roney Staianoiv Caum. também receberá uma bonificação no valor de R$ 40 mil que, segundo a diretoria da unidade de ensino,
divulgAção
Segundo a entidade, es-
Monte Mor foi agracia-
A
A marca preferida dela é
força para garantir suas doses diárias da bebida. to, não consigo substituir o café por nada. Então, passei a pesquisar bastante o valor da marca que costumo comprar. Caso esteja muito cara, troco por outra mais barata, desde que não seja tão inferior, porque gosto de sentir o sabor do café”, conta Rosana. a Três Corações Extraforte que, segundo ela, custava, em média, R$ 12 a embalagem de 500 gramas e, agora, o produto é encontrado nos supermercados por até R$ 32. a consumidora costumava comprar pelo menos dois quilos de café por mês, o equivalente a quatro pacotes de 500 gramas. Agora, leva para casa dois pacotes, um quilo a menos. pra de pó de café, o consumo diário da bebida também sofreu ajustes no dia a dia de Rosana. “Costuma“Mesmo com o preço alAntes da alta exagerada, Com a redução da com-
Etec de Monte Mor vence Prêmio Jovem Cientista
continuar subindo nas próximas semanas, pelo menos até a safra deste ano, que começa a ser colhida por volta de abril ou maio. A afirmação é da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café). se impacto sobre os preços deve se manter por mais dois ou três meses. Depois, deve vir um momento de arrefecimento no valor do produto, com uma certa estabilização. A queda de preços, no entanto, só deverá acontecer a partir da safra do próximo ano, estima a associação.
será investido na melhoria do laboratório de ciências para que novas pesquisas sejam realizadas. tista tem como foco principal investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade brasileira e assim revelar talentos e impulsionar a pesquisa no país. Desde a sua criação, é realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Editora Globo e Canal Futura.
As propostas da Etec de
da na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista realizado em Brasília, nesta semana. O prêmio Mérito Institucional foi dado à Escola Técnica Estadual (Etec) da cidade pelo projeto apresentado por estudantes do município com base no tema Conectividade e Inclusão Digital. Monte Mor concorreram com mais de 60 projetos inscritos na categoria Estudantes de Ensino Médio. Elas foram elaboradas na
ainda mais caro nos próximos meses
Beth Soares l região
SABOR QUE VALE OURO
Com os problemas cli-
máticos afetando a lavoura, os produtores precisaram aumentar os gastos para a produção. Com isso, o custo da matéria-prima subiu. A indústria, informou a Abic, teve aumentos superiores a 200% e teve que repassar parte disso, em torno de 38%, ao consumidor. jugados acabaram contribuindo para a alta dos preços da commodity nas bolsas internacionais, o que também traz reflexos para o bolso do consumidor. fra deste ano, que começa a ser colhida em abril, ajude a estabilizar os preços. O setor também tem uma grande expectativa para a safra do ano que vem, que pode bater o recorde de 2020, ajudando a ampliar a oferta e diminuir os preços do produto. Enquanto isso não ocorre, o consumidor ainda deve sofrer com o aumento no café já que a indústria ainda tem repasses a fazer pelo seu alto custo. midor, teremos algum aumento adicional, afinal, tivemos aumentos superiores a 180% para a indústria, que absorveu esse aumento e repassou parte disso para os mercados, chegan“Com relação ao consudo a 37% para os consumidores. Então, parte desse aumento será transferido para os varejistas e, consequentemente, aos consumidores”, explicou. ram um aumento de 9,80%, quando comparado o período de janeiro de 2024 com dezembro de 2024. Já a categoria de cafés Gourmets registrou um aumento de 16,17%; os cafés Superiores, de 34,38%; e os cafés Tradicionais e Extrafortes, tiveram aumento de 39,36%. Os cafés em cápsula também registraram um aumento nos preços (2,07%) . | Agência Brasil Todos esses fatores conA ABIC espera que a sa-
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